quarta-feira, novembro 03, 2010

POR QUE VIVEMOS AINDA EXILADOS?

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


De Primeiros cantos (1847)

Gonçalves Dias

Estava eu outro dia no trabalho me sentindo um peixe fora d'água, justamente porque vivo sonhando e sentido as coisas da minha terra natal (Recife), dos meus parentes que fazem 3 anos que não vejo, nao abraço físicamente falando, dos caminhos que costuma fazer, do cheiro do mar da praia de Boa Viagem. Legal, essas tais lembranças que me sauda com cheiros, cores, faces, gestos, ambientes e movimentos vivos, doces e alegres. E em meio a essas lembranças encontrei um pasta de descanso intectual da intranet da empresa - lá tinha esse texto belo e que nos faz pensar que todos querem colo e que desejam refazer os caminhos já vividos...

2 comentários:

Afrodite disse...

Assim que aoportunidade se fizer,parte em busca desse seu òasis...
Voltará com as energias recarregadas...
Beijo!

Analice disse...

Com toda certeza, muito me parece que troca toda energia, como se tivesse feito transfusão de sangue... os olhares, o modo, a viva alegria que parece cansada de tantas coisas, mas como falo sempre e sei que a morte nao existe e ainda estou por essas bandas vamos caminhando e cantando a canção para aliviar a tormentas dos caminhos, obrigada pelas palavras,, um abraço forte!!